E perguntais vós? E onde está o interesse que motiva, inclusive, um post no blog? A minha resposta é: em lado nenhum. Mas como sou frequentador de jornais diários, e poucas vezes se vê uma notícia sobre um filósofo ou a filosofia (tirando os artigos do Desidério Murcho), cá está um postzinho para celebrar o acontecimento; depois inauguro um novo tag: imprensa filosófica. Ora tomem!
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Imprensa filosófica - R. Barthes
E perguntais vós? E onde está o interesse que motiva, inclusive, um post no blog? A minha resposta é: em lado nenhum. Mas como sou frequentador de jornais diários, e poucas vezes se vê uma notícia sobre um filósofo ou a filosofia (tirando os artigos do Desidério Murcho), cá está um postzinho para celebrar o acontecimento; depois inauguro um novo tag: imprensa filosófica. Ora tomem!
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Pragmatistas americanos
Porque estamos em maré de vídeos e a América é o mais recente filho pródigo dos países civilizados, partilho um dos programas da série "The Great Philosophers" em que Bryan Magee convida especialistas de renome a falarem de vários filósofos importantes. Neste trata-se do pragmatismo americano e o convidado é o professor da Universidade de Columbia, Sidney Morgenbesser. O programa é da BBC e é dos anos 80. Está dividido em cinco partes, sendo esta a primeira. As restantes encontram-se aqui: 2, 3, 4, 5.
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
Hupgreides do blógue
Leonardo - Revista de Filosofia Portuguesa.
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Biblioteca Digital do Instituto Camões
O acervo respeita, obviamente, ao contexto luso. Mas tem de tudo. Desde cinema, história, geografia, estudos literários, revistas, literatura e, claro está, filosofia portuguesa (sobretudo estudos). Tem de tudo! Dêem lá uma saltada que vale a pena.
Da chamada filosofia
Escreve-se de filosofia sem se terem aprendido, com a humildade e o zelo a requerer, o vocabulário essencial, a morfologia elementar, a linguagem, digamos, e os princípios de trabalho que todos os pensadores têm conhecido e usado; tomam-se as expressões num sentido que a tradição filosófica de nenhum modo autoriza, confundindo-se a cada passo as de aspecto exterior mais semelhante; e há grandes mestres de pensamento que parecem não ter lido nos seus anos de aprendizagem os bons compêndios dos bons ensinos secundários. Corre ainda a ideia pitoresca de que se pode construir filosofia sem uma educação científica profunda e uma informação muito sólida dos resultados a que vão chegando as diferentes ciências; moços e velhos pensadores com ligeireza se dispensam de saber como funcionam a geometria analítica ou como se faz uma ivestigação biológica; os conhecimentos que se têm de física ou de química, quando não datam de há uma ou duas dezenas de anos, são apressadmente colhidos em resumos de jornais ou revistas do electricista amador; quando se vai mais longe lêem-se, escolasticamente, comentários, jamais se recorrendo ao livro ou à comunicação do que propôs a teoria ou informou dos resultados da experiência. Se acrescentaros a isto que o jovem filósofo, ao sair do seu curso ou ao dar por terminados os seus estudos prévios, se abalança à tarefa de screver sem ter lido, os livros essenciais da história da filosofia, quase se limitando a conhecê-los pelos resumos mais ou menos deformantes de Weber ou Bréhier, poderemos então admirar-nos de que as suas prosas venham a ser tomadas a sério e capituladas de pensamento. Tanto mais que existe, para quem se não sente com preparação e força para a filosofia, nem por outro lado com imaginação e poder criador para a literatura, um género humilde, de simples comentário, de nota à margem, um género despreocupado e de parca exigência em matéria de saber e de pensar: o considerativo, aqui presente.»
Agostinho da Silva, «Da chamada filosofia», in Considerações
domingo, 1 de fevereiro de 2009
Criação filosófica?
A criação de mundo
«Todos nós criamos o mundo à nossa medida. O mundo longo dos longevos e curto dos que partem prematuramente. O mundo simples dos simples e o complexo dos complicados. Criamo-lo na consciência, dando a cada acidente, facto ou comportamento a significação intelectual ou afectiva que a nossa mente ou a nossa sensibilidade consentem. E o certo é que há tantos mundos como criaturas. Luminosos uns, brumosos outros, e todos singulares. O meu tinha de ser como é, uma torrente de emoções, volições, paixões e intelecções a correr desde a infância à velhice no chão duro de uma realidade proteica, convulsionada por guerras, catástrofes, tiranias e abominações, e também rica de mil potencialidades, que ficará na História como paradigma do mais infausto e nefasto que a humanidade conheceu a par do mais promissor. (…) Homem de palavras, testemunhei com elas a imagem demorada de uma tenaz, paciente e dolorosa construção reflexiva com o material candente da própria vida.»
Miguel Torga, Do prefácio do autor à tradução francesa, in A criação do mundo, Vol.I, pp.7-8