quarta-feira, 18 de março de 2009

Eco e o Superman

A tradução é minha. Não é do original italiano, porque não o tenho, mas da "réplica" francesa.

O Mito do Superman

«De Hércules a Siegfried, de Roland a Pantagruel passando por Peter Pan, o herói dotado de poderes superiores àqueles do comum dos mortais é uma constante da imaginação popular. Muitas vezes, a virtude do herói humaniza-se, e os seus poderes ultra-sobrenaturais não são senão a realização perfeitamente acabada de um poder natural, a astúcia, a rapidez, a habilidade guerreira, até mesmo a inteligência silogística e o sentido de observação no estado puro que se encontra em Sherlock Holmes. Todavia, numa sociedade especialmente nivelada, onde as perturbações psicológicas, as frustrações, os complexos de inferioridade estão na ordem do dia, numa sociedade industrial onde o homem se torna um número no interior de uma organização que decide por ele, onde a força individual, quando não se exerce no seio de uma actividade desportiva, é humilhada face à força da máquina que executa pelo homem e vai até determinar os seus movimentos, numa tal sociedade, o herói positivo deve encarnar, para lá do concebível, as exigências de poder que o cidadão comum alimenta sem poder satisfaze-las.
Superman é o mito tipo para este género de leitores: não é um Terráqueo, aterrou na Terra ainda em criança proveniente do planeta Krypton que uma catástrofe cósmica tinha destruído. O seu pai, um grande sábio, tinha conseguido salvar o seu filho confiando-o a uma nave espacial. Superman cresce na Terra mas é dotado de poderes sobre-humanos. A sua força é praticamente ilimitada, voa no espaço à velocidade da luz, e quando a ultrapassa quebra o muro do tempo e pode transportar-se para outras épocas. Pela simples pressão das suas mãos, ele submete o carvão a uma tal temperatura que ele se transforma em diamante. Em alguns segundos, a uma velocidade supersónica, ele pode deitar abaixo uma floresta inteira, cortar as árvores em tábuas e construir com elas uma vila ou um navio. Pode perfurar as montanhas, levantar um paquete, destruir ou construir barragens; a sua visão de raios X permite-lhe ver através de qualquer corpo a distâncias praticamente ilimitadas, de fundir apenas com o olhar os objectos de metal; outra vantagem muito útil, o seu super-ouvido possibilita-lhe perceber todas as conversas, donde quer que venham. Ele é belo, humilde, generoso e servil, ele dedica a sua vida a perseguir as forças do mal e a polícia tem nele um colaborador infatigável.
Apesar de tudo, é lícito ao leitor identificar-se com a imagem do Superman. Na verdade, este último vive entre os homens sob a falsa identidade do jornalista Clark Kent, um tipo aparentemente medroso, tímido, de inteligência medíocre, um pouco desajeitado, míope, submetido à sua colega Lois Lane, uma mulher dominadora e caprichosa que o despreza, porque ela está perdidamente apaixonada pelo nosso herói. Do ponto de vista narrativo, a dupla identidade do Superman teve uma razão de ser, visto que permite articular de forma extremamente variada o texto das suas aventuras, os equívocos, os golpes de teatro, um certo suspense de romance policial. Mas de um ponto de vista mito-poético, a descoberta é absolutamente genial. Com efeito, Clark Kent encarna exactamente o leitor médio típico, cheio de complexos e desprezado pelos seus semelhantes; assim, por um evidente processo de identificação, qualquer pequeno empregado de não importa que cidade da América alimenta a secreta esperança de ver nascer um dia sob os despojos da sua personalidade, um super-homem capaz de fazer esquecer os seus anos de mediocridade.»

Eco, Umberto, De Superman au surhomme, Grasset, 1993, pp.113-114

sexta-feira, 6 de março de 2009

Entrevista com Gabriel Marcel

Não é muito interessante filosoficamente. Trata-se apenas de uma curiosidade que partilho convosco. Vejam aqui.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Imprensa filosófica - R. Barthes

Saiu hoje um artigo no jornal Público sobre a recente publicação de um diário de Barthes. Neste diário estão relatados os sentimentos do Roland sobre a morte da mãe. Pelos vistos a coisa deu polémica. Não conto porquê para vos aguçar o apetite.
E perguntais vós? E onde está o interesse que motiva, inclusive, um
post no blog? A minha resposta é: em lado nenhum. Mas como sou frequentador de jornais diários, e poucas vezes se vê uma notícia sobre um filósofo ou a filosofia (tirando os artigos do Desidério Murcho), cá está um postzinho para celebrar o acontecimento; depois inauguro um novo tag: imprensa filosófica. Ora tomem!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Pragmatistas americanos



Porque estamos em maré de vídeos e a América é o mais recente filho pródigo dos países civilizados, partilho um dos programas da série "The Great Philosophers" em que Bryan Magee convida especialistas de renome a falarem de vários filósofos importantes. Neste trata-se do pragmatismo americano e o convidado é o professor da Universidade de Columbia, Sidney Morgenbesser
. O programa é da BBC e é dos anos 80. Está dividido em cinco partes, sendo esta a primeira. As restantes encontram-se aqui: 2, 3, 4, 5.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Richard Rorty

Entrevista com Habermas

Ainda que por vezes um pouco incompreensível...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Hupgreides do blógue

Coloquei, abaixo dos links de sites relevantes, um espaço para revistas. Se conhecerem alguma "botem" lá o link.

Leonardo - Revista de Filosofia Portuguesa.

Descobri esta revista online de Filosofia Portuguesa. É mais uma para o acervo do Passagens. Vejam aqui.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Biblioteca Digital do Instituto Camões

Como é de passagens que este nosso blog trata, convido-vos a "passar" pelo site do Instituto Camões, e verificar a quantidade de textos digitais que a Biblioteca Digital do Instituto já possui. O projecto está muito bem conseguido, os pdfs são uma maravilha; e se muitos de vocês forem tolos como eu sou por vezes, e imprimirem uma obra em papel, vão ver que ela fica perfeita.
O acervo respeita, obviamente, ao contexto luso. Mas tem de tudo. Desde cinema, história, geografia, estudos literários, revistas, literatura e, claro está, filosofia portuguesa (sobretudo estudos). Tem de tudo! Dêem lá uma saltada que vale a pena.

Da chamada filosofia

«Há ideias mais lusas do que outras; e, se meditarmos bem nos caracteres que apresenta e nas consequências que provoca, não podemos deixar de reconhecer como das mais ricas em lusismo a de certas construções filosóficas que vão andando cada vez mais em moda. Tomou-se a filosofia como um entretenimento literário, como uma divagação tanto menos perigosa e de tanto menos responsabilidade pelo que respeita ao conteúdo dos artigos, quanto é certo que o leitor, porque de pensamento se trata, está sempre disposto a atribuir a dificuldade de percepção clara a defeitos seus - a uma falta de cultura especializada e a uma ignorância de vocabulário filosófico; além disso, um conto e um romance são para o público produções importantes e vivas que interessam à marcha do mundo e à conversa das reuniões familiares - ao passo que um escrito de filosofia se pode perfeitamente pôr de lado ou percorrer com mediana atenção. De modo que a união destas duas correntes, a que mana de si próprios e supõe a filosofia um ramo de literatura de magazine e a que provém dos leitores e olha a filosofia como uma actividade em que são permitidas todas as fantasias e combinações obscuras, tem levado alguns moços com vocação de pensador a abandonar os únicos caminhos seguros, a desprezar toda a espécie de preparação séria, a lançarem-se, com plena confiança na ignorância sua e alheia, numa retórica dia a dia mais oca e desonesta.
Escreve-se de filosofia sem se terem aprendido, com a humildade e o zelo a requerer, o vocabulário essencial, a morfologia elementar, a linguagem, digamos, e os princípios de trabalho que todos os pensadores têm conhecido e usado; tomam-se as expressões num sentido que a tradição filosófica de nenhum modo autoriza, confundindo-se a cada passo as de aspecto exterior mais semelhante; e há grandes mestres de pensamento que parecem não ter lido nos seus anos de aprendizagem os bons compêndios dos bons ensinos secundários. Corre ainda a ideia pitoresca de que se pode construir filosofia sem uma educação científica profunda e uma informação muito sólida dos resultados a que vão chegando as diferentes ciências; moços e velhos pensadores com ligeireza se dispensam de saber como funcionam a geometria analítica ou como se faz uma ivestigação biológica; os conhecimentos que se têm de física ou de química, quando não datam de há uma ou duas dezenas de anos, são apressadmente colhidos em resumos de jornais ou revistas do electricista amador; quando se vai mais longe lêem-se, escolasticamente, comentários, jamais se recorrendo ao livro ou à comunicação do que propôs a teoria ou informou dos resultados da experiência. Se acrescentaros a isto que o jovem filósofo, ao sair do seu curso ou ao dar por terminados os seus estudos prévios, se abalança à tarefa de screver sem ter lido, os livros essenciais da história da filosofia, quase se limitando a conhecê-los pelos resumos mais ou menos deformantes de Weber ou Bréhier, poderemos então admirar-nos de que as suas prosas venham a ser tomadas a sério e capituladas de pensamento. Tanto mais que existe, para quem se não sente com preparação e força para a filosofia, nem por outro lado com imaginação e poder criador para a literatura, um género humilde, de simples comentário, de nota à margem, um género despreocupado e de parca exigência em matéria de saber e de pensar: o considerativo, aqui presente.»

Agostinho da Silva, «Da chamada filosofia», in
Considerações

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Criação filosófica?

Este texto do Miguel Torga faz-me pensar no olhar que o Filósofo deve ter. Quem escreve este texto, tem esse olhar. Será assim?

A criação de mundo


«Todos nós criamos o mundo à nossa medida. O mundo longo dos longevos e curto dos que partem prematuramente. O mundo simples dos simples e o complexo dos complicados. Criamo-lo na consciência, dando a cada acidente, facto ou comportamento a significação intelectual ou afectiva que a nossa mente ou a nossa sensibilidade consentem. E o certo é que há tantos mundos como criaturas. Luminosos uns, brumosos outros, e todos singulares. O meu tinha de ser como é, uma torrente de emoções, volições, paixões e intelecções a correr desde a infância à velhice no chão duro de uma realidade proteica, convulsionada por guerras, catástrofes, tiranias e abominações, e também rica de mil potencialidades, que ficará na História como paradigma do mais infausto e nefasto que a humanidade conheceu a par do mais promissor. (…) Homem de palavras, testemunhei com elas a imagem demorada de uma tenaz, paciente e dolorosa construção reflexiva com o material candente da própria vida.»


Miguel Torga, Do prefácio do autor à tradução francesa, in A criação do mundo, Vol.I, pp.7-8


segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

"Adeus à filosofia"

Desde o início que queria partilhar convosco este texto de E. M. Cioran. E agora, finalmente, aqui vai. Traduzi eu mesma, impulsivamente. E gostaria de saber o que pensam dele.

"Afastei-me da filosofia no momento em que se me tornou impossível descobrir em Kant alguma fraqueza humana, algum tom verdadeiro de tristeza; em Kant e em todos os filósofos. Em relação à música, à mística e à poesia, a actividade filosófica deriva de uma seiva
enfraquecida e de uma profundidade suspeita, que apenas têm valor para os tímidos e os indolentes. Aliás, a filosofia – inquietude impessoal, refúgio no seio de ideias anémicas – é o recurso de todos aqueles que se esquivam à exuberância corruptora da vida. Praticamente todos os filósofos acabaram bem: é o argumento supremo contra a filosofia. O fim do próprio Sócrates não tem nada de trágico: é um mal-entendido, o fim de um pedagogo, – e se Nietzsche naufragou, foi como poeta e visionário: expiou os seus êxtases e não os seus raciocínios.

Não se pode fugir à existência com explicações, apenas se pode suportá-la, amá-la ou odiá-la, adorá-la ou temê-la, nesta alternância de felicidade e de horror que exprime o próprio ritmo do ser, as suas oscilações, as suas dissonâncias, as suas veemências amargas ou alegres.

Quem não está exposto, por surpresa ou por necessidade, a uma derrota irrefutável, quem não ergue então as mãos em súplica para as deixar depois cair mais vazias ainda do que as respostas da filosofia? Dir-se-ia que a sua missão é a de nos proteger enquanto a inadvertência do acaso nos deixa caminhar aquém da desordem e de nos abandonar logo que somos constrangidos a mergulhar nela. E como poderia ser de outro modo, quando vemos que bem pouco do sofrimento da humanidade entrou na filosofia. O exercício filosófico não é fecundo; ele é apenas honroso. Sempre se é impunemente filósofo: um ofício sem destino que preenche de pensamentos volumosos as horas neutras e vagas, as horas refractárias ao Antigo Testamento, a Bach e a Shakespeare. E haverá uma só página em que esses pensamentos se materializaram equivalente a uma exclamação de Job, a um terror de Macbeth ou às alturas de uma cantata? Não se discute o universo; exprime-se. E a filosofia não o exprime. Os verdadeiros problemas não começam senão depois de o ter percorrido ou esgotado, depois do último capítulo de um imenso tomo que coloca o ponto final em sinal de abdicação diante do Desconhecido, onde se enraízam todos os nossos instantes, e com o qual temos que lutar porque ele é naturalmente mais imediato, mais importante do que o pão quotidiano. Aqui o filósofo abandona-nos: inimigo do desastre, ele é sensato como a razão e tão prudente quanto ela. E nós ficamos em companhia de um ancião empestado, de um poeta instruído de todos os delírios e de um músico cujo sublime transcende a esfera do coração. Nós não começamos a viver realmente senão no termo da filosofia, sobre a sua ruína, quando compreendemos a sua terrível nulidade e como era inútil recorrer a ela, quando compreendemos que ela não é de nenhum auxílio.

(Os grandes sistemas, no fundo, são apenas brilhantes tautologias. Qual é a vantagem de saber que a natureza do ser consiste na “vontade de viver”, na “ideia”, ou na fantasia de Deus ou da Química? Simples proliferação de palavras, subtis deslocações de sentido. O que é esquiva-se ao estreitamento verbal e a experiência íntima nada nos desvela para além do instante privilegiado e indizível. Aliás, o próprio ser não é senão uma pretensão do Nada.

Não se define senão por desespero. Temos necessidade de fórmulas; precisamos mesmo de muitas, ainda que seja apenas para dar uma justificação ao espírito e uma fachada ao nada.

Nem o conceito nem o êxtase são operantes. Quando a música nos mergulha até às “intimidades” do ser, subimos rapidamente à superfície: os efeitos da ilusão dissipam-se e o saber reconhece-se nulo.

As coisas que tocamos e aquelas que concebemos são tão improváveis quanto os nossos sentidos e a nossa razão; não estamos seguros senão no nosso universo verbal, perfeitamente maneável – e ineficaz. O ser é mudo e o espírito é tagarela. A isso chama-se conhecer.

A originalidade dos filósofos reduz-se a inventar palavras. Como só há três ou quatro atitudes perante o mundo – e pouco mais ou menos o mesmo número de modos de morrer, – as nuances que as diversificam e as multiplicam sustentam-se somente da escolha de vocábulos, desprovidos de qualquer alcance metafísico.

Somos engolidos pela vertigem de um universo pleonástico, onde interrogações e réplicas se equivalem.)"

in E. M. Cioran, Précis de décomposition, Gallimard, 2005 (1ª ed. 1949), p. 71-74

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Pensamento Crítico Contemporâneo

SEMINÁRIO DE INTRODUÇÃO

2ª EDIÇÃO

Fábrica de Braço de Prata

www.bracodeprata.com

de Novembro de 2008 a Fevereiro de 2009
Aos Sábados, das 16h às 19h

Inscrições [lugares limitados]: cursopcc@gmail.com

ORGANIZAÇÃO:
UNIPOP | NÚMENA

APOIO:
Le monde diplomatique – edição portuguesa

PROGRAMA

1 NOV

Guy Debord por Ricardo Noronha

Jacques Rancière por Manuel Deniz Silva

8 NOV

Pierre Bourdieu por Nuno Domingos

Michel Foucault por Jorge Ramos do Ó

Nos dias 15 e 22 de Novembro não haverá seminário porque nesses dias decorrerão em Lisboa o Congresso Internacional Karl Marx (14-16 de Novembro, na FCSH-UNL) e o Colóquio Internacional Merleau-Ponty e Lévi-Strauss (20-22 de Novembro, no Instituto Franco Português).

29 NOV

Georg Simmel por José Luís Garcia

André Gorz por José Nuno Matos

6 DEZ

Jacques Derrida por Silvina Rodrigues Lopes

Giorgio Agamben por António Guerreiro

13 DEZ

Benedict Anderson por João Leal

Edward Said por Manuela Ribeiro Sanches

10 JAN

Néstor Garcia Canclini por Paulo Raposo

Antonio Negri por José Neves

17 JAN

E.P.Thompson por Fátima Sá

James Scott por José Manuel Sobral

24 JAN

Chomsky e/ou Feyerabend por Rui Tavares

Cornelius Castoriadis por Miguel Serras Pereira

31 JAN

Gilles Deleuze por Nuno Nabais

Theodor W. Adorno por João Pedro Cachopo

7 FEV

Slavoj Zizek por Nuno Ramos de Almeida

Alain Badiou por Bruno Peixe

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Tomando como eixo um amplo conjunto de autores contemporâneos e as correntes e sensibilidades que os atravessam, este seminário pretende mapear algumas das principais problemáticas que hoje desafiam um pensamento crítico. Desenrolando-se ao longo de dez sábados, o seminário decorrerá num lugar privilegiado na cidade de Lisboa: a Fábrica de Braço de Prata.

Em cada sábado serão abordados dois autores. Na primeira parte de cada sessão serão apresentadas duas comunicações, que estão a cargo de um conjunto de convidados que vai da Filosofia ao Jornalismo, passando pela História, a Antropologia , a Sociologia , os Estudos Literários e a Musicologia. Na segunda parte haverá oportunidade para debate entre todos os participantes no seminário.

O seminário tem um objectivo introdutório e destina-se ao público em geral, dispensando qualquer tipo de formação académica prévia. Serão disponibilizados materiais de leitura que permitirão uma melhor preparação das sessões e materiais de leitura para que cada pessoa possa posteriormente aprofundar o seu conhecimento sobre os autores e os temas tratados no seminário.

A moderação das sessões estará a cargo dos coordenadores do seminário. Em relação à primeira edição do seminário, esta segunda edição ocupar-nos-á por mais um sábado. Os autores debatidos serão na sua maioria os mesmos que estiveram em foco na primeira edição do seminário, acrescentando-se porém à lista anterior os nomes de T.W.Adorno, André Gorz, Néstor Garcia Canclini e Cornelius Castoriadis.

PREÇO DO CURSO: 25€ | 15€ estudantes do 1º ciclo do Ensino Superior.

No final do seminário, será conferido um certificado de participação a quem solicitar.

Quem pretender apenas inscrever-se numa sessão determinada e não na totalidade do curso, terá que pagar um preço de 4€ por sessão. A inscrição avulsa numa determinada sessão efectua-se no próprio dia, na Fábrica de Braço de Prata, junto ao secretariado do Seminário.

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BREVE APRESENTAÇÃO DOS CONFERENCISTAS

António Guerreiro é crítico literário. Escreve regularmente no semanário Expresso. Encontra-se a realizar uma tese de doutoramento na Faculdade de Letras sobre Walter Benjamin.

Bruno Peixe é investigador da Númena – Centro de Investigação em Ciências Sociais e Humanas, onde tem trabalhado para a Rede Europeia de Informação sobre Racismo e Xenofobia (RAXEN) da Agência de Direitos Fundamentais da União Europeia.

Fátima Sá é historiadora, professora no ISCTE, onde lecciona matérias relativas à História dos Movimentos Sociais e à História da Cultura Popular. Publicou recentemente, com Maria Alexandra Lousada, uma biografia de D. Miguel. Em 2002 publicou Rebeldes e Insubmissos – Resistências Populares ao Liberalismo, 1834-1844.

João Leal é antropólogo, professor na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde lecciona, entre outras, uma cadeira sobre nacionalismo e etnicidade. É também investigador do Centro em Rede de Investigações em Antropologia . Entre outros trabalhos, publicou Etnografias Portuguesas (1870-1970) - Cultura Popular e Identidade Nacional e Antropologia em Portugal. Mestres, Percursos, Transições.

João Pedro Cachopo é musicólogo. Tem-se interessado por questões de filosofia contemporânea e estética. Redige actualmente, na FCSH-UNL, uma dissertação de doutoramento sobre a estética de Theodor W. Adorno subordinada ao tema: Verdade e enigma no pensamento estético de Adorno.

Jorge Ramos do Ó é historiador, professor na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa, onde lecciona matérias relativas à História da Educação. Entre outras obras, publicou O governo dos escolares: uma aproximação teórica às perspectivas de Michel Foucault e O governo de si mesmo. Modernidade pedagógica e encenações disciplinares do aluno liceal: último quartel do século XIX – meados do século XX.

José Luís Garcia, sociólogo e investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, tem-se dedicado, entre outras matérias, ao estudo da ciência e tecnologia contemporâneas. Este mesmo tópico constitui a focalização do seu doutoramento cuja tese se intitula Engenharia Genética dos Seres Humanos, Mercadorização e Ética. Uma Análise Sociopolítica da Biotecnologia. Entre outras publicações, co-editou recentemente o livro Razão, Tempo e Tecnologia - Estudos em Homenagem a Hermínio Martins.

José Manuel Sobral é antropólogo, investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Tem sobretudo trabalhado sobre nacionalismos e também sobre tradição e cultura popular. Entre outros, publicou Trajectos: o Presente e o Passado na vida de uma Freguesia da Beira.

José Neves é historiador. Realizou uma tese de doutoramento intitulada Comunismo e Nacionalismo em Portugal – Política, Cultura e História no Século XX e, na mesma área, editou Da Gaveta para Fora – Ensaios sobre Marxistas. Actualmente é investigador no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.

José Nuno Matos é licenciado e mestrado em Ciência Política pelo ISCSP-UTL. Publicou Acção Sindical e Representatividade.

Manuel Deniz Silva é musicólogo, investigador do Instituto de Etnomusicologia - Centro de Estudos de Música e Dança, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Realizou doutoramento em Paris sobre a História da Música em Portugal e trabalha actualmente sobre música e cinema.

Manuela Ribeiro Sanches é professora na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde investiga matérias nas áreas dos estudos culturais, dos estudos pós-coloniais e dos estudos literários. É membro do Centro de Estudos Comparatistas. Editou recentemente Portugal não é um país pequeno” – Contar o império na pós-colonialidade e Deslocalizar a “Europa”. Antropologia , arte, literatura e história na pós-colonialidade.

Miguel Serras Pereira é autor, entre outros, de Da Língua de Ninguém à Praça da Palavra e Exercícios de Cidadania. É igualmente tradutor de inúmeros escritores e ensaístas de referência, entre eles Cornelius Castoriadis, sobre cuja obra se tem debruçado.

Nuno Domingos é mestre em Sociologia Histórica pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e encontra-se actualmente a realizar o seu doutoramento em Antropologia Social pela School of Oriental and African Studies (Universidade de Londres). Editou, com José Neves, A Época do Futebol – O Jogo visto pelas Ciências Sociais. É autor de A Ópera do Trindade.

Nuno Nabais é professor na Universidade de Lisboa, Professor Convidado do Departamento de Teatro da Universidade de Évora e membro do Centro de Filosofia da Ciência da Universidade de Lisboa. É fundador e coordenador da Fábrica de Braço de Prata. É autor de A Metafísica do Trágico. Estudos sobre Nietzsche [ Tradução inglesa Nietzsche and the Metaphysics of the Tragic] e de A Evidência da Possibilidade. A questão modal na fenomenologia de Husserl.

Nuno Ramos de Almeida, jornalista e militante. Jornalista de profissão, foi director dos Cadernos Polítika!, repórter dos programas de reportagem da SIC, director-adjunto do Já e director da revista Focus. Foi militante e dirigente na JCP, PCP e Bloco de Esquerda, e activista do movimento alter-global, tendo estado no grupo que organizou o primeiro Fórum Social Europeu de Florença, na movimentação global contra a guerra do Iraque. Foi coordenador do primeiro Fórum Social Português.

Paulo Raposo é antropólogo, professor no ISCTE e investigador do Centro em Rede de Investigações em Antropologia . Entre outras áreas, tem publicado sobre cultura popular e hibridização, ritual e performance, antropologia visual e património e turismo. Faz parte da Comissão Editorial da revista Etnográfica e colaborador do Jornal A Página. Teve formação de actor e actuou como actor profissional, assistente de encenação, músico e produtor musical durante alguns anos em diversos grupos teatrais de Lisboa.

Ricardo Noronha é bolseiro da Fundação para a Ciência e Tecnologia e encontra-se neste momento a preparar uma tese de doutoramento sobre a nacionalização da banca no contexto da revolução portuguesa de 1974-75. É investigador do Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas/Universidade Nova de Lisboa.

Rui Tavares é historiador, cronista no Público e no Blitz e comentador na SIC Notícias. É autor dos livros O Pequeno Livro do Grande Terramoto, Pobre e Mal Agradecido, O Arquitecto e O Regicídio (em co-autoria com Maria Alice Samara).

Silvina Rodrigues Lopes é professora no departamento de Estudos Portugueses da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. É autora, entre outros, dos livros A Legitimação em literatura, Exercícios de Aproximação e Literatura: Defesa do Atrito.